Na esteira da apresentação do balanço dos 100 primeiros dias de gestão do prefeito Abílio, o vereador Demilson Nogueira trouxe à tona, uma série de considerações sobre o momento atual da administração municipal. Embora tenha reconhecido o avanço significativo na área fiscal — com uma economia de R$ 138 milhões, superando os R$ 100 milhões inicialmente previstos —, o parlamentar reforçou a necessidade de respostas mais concretas em setores essenciais como saúde, educação e infraestrutura.
“Foi uma apresentação voltada para a questão fiscal da prefeitura, e, claro, isso é positivo. Mas a cidade não pode parar. A população espera resultados em serviços básicos”, afirmou Demilson durante a sessão na Câmara.
O vereador revelou que irá sugerir a convocação do secretário responsável pelos contratos municipais para esclarecer a origem da economia anunciada. Segundo ele, muitos dos contratos rompidos já haviam sido alvo de denúncias na legislatura anterior, feitas por ele próprio ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas.
“A Câmara tem sido parceira da gestão. Mesmo os vereadores de oposição independente têm votado as matérias que chegam. Mas precisamos de transparência. De onde veio essa economia? Quais contratos foram cortados? Isso precisa ficar claro”, cobrou.
Apesar do resultado fiscal animador, Demilson destacou que os problemas na saúde pública continuam a preocupar. Ele relatou falta de médicos e medicamentos em unidades básicas e cobrou uma atuação mais direta do prefeito.
“A saúde não vai bem. O próprio prefeito disse que tem feito fiscalizações. Então esperamos que ele, que tem mais poder do que nós para resolver, faça isso acontecer. A população não pode esperar”, destacou.
Outro ponto sensível abordado foi a infraestrutura urbana, especialmente a ausência de uma operação tapa-buracos na capital. “Ainda temos muitos buracos pela cidade. É preciso que o resultado fiscal impacte em melhorias reais no dia a dia das pessoas”, pontuou o vereador.
Demilson também alertou para a perda de uma semana no calendário escolar e o risco de que o decreto de calamidade — vigente desde o início da gestão Abílio — esteja servindo mais como escudo político do que como ferramenta de gestão.
“Esse decreto foi importante para a prefeitura fazer caixa, mas agora é hora de prestar os serviços. O básico precisa ser atendido”, criticou.
O vereador lembrou ainda que denúncias contra a gestão passada já haviam sido protocoladas por ele em órgãos de controle. Entre elas, uma possível apropriação indébita de recursos trabalhistas.
“Essas denúncias já foram encaminhadas ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas e ao Ministério do Trabalho. O ex-prefeito renegociou dívidas, obteve certidões e ainda assim não pagou. Agora, cabe à nova gestão encaminhar as ações necessárias”, afirmou.
Apesar das críticas, Demilson deixou claro que continua pertencendo à base do prefeito e acredita no diálogo como caminho para a solução dos problemas.
“Faço parte da base, sim, mas isso não impede que façamos cobranças. Fiscalizar é nosso papel, e espero que essa gestão consiga transformar a economia anunciada em qualidade de vida para quem mais precisa”, finalizou.