A gestão de Abílio Brunini à frente da Prefeitura de Cuiabá tem gerado um debate acalorado entre os moradores da capital mato-grossense. Desde sua posse, o novo prefeito, eleito pelo PL, tem se destacado por uma série de ações que buscam transformar a cidade, mas também têm provocado reações mistas, com apoio, críticas e discussões acaloradas sobre suas políticas.
Uma das principais marcas de Abílio Brunini tem sido a sua postura pragmática e, em muitos casos, autoritária em relação à administração pública. O prefeito, que tem forte vínculo com a religião evangélica, adotou uma série de medidas que buscam modernizar a gestão municipal e reduzir os gastos públicos, ao mesmo tempo, em que tem focado em temas sensíveis à população, como segurança pública, saúde e infraestrutura.
A execução de obras de infraestrutura tem sido uma prioridade. O governo de Abílio se destaca pela recuperação de importantes avenidas e o investimento na modernização da rede de saúde, com a promessa de construir mais unidades de saúde e melhorar o atendimento à população. Outra área que tem recebido atenção é a educação, com a ampliação de escolas e a tentativa de resolver o déficit de vagas no ensino infantil.
Por outro lado, a aprovação da gestão de Abílio tem sido significativa em diversos segmentos da população, principalmente entre aqueles que acreditam em uma administração mais focada no controle fiscal e no atendimento às necessidades básicas da cidade. Segundo uma pesquisa recente, aproximadamente 60% da população aprovam a condução do governo municipal, destacando os esforços de Abílio em áreas como saúde e infraestrutura.
Além disso, muitos moradores ressaltam que a gestão tem se mostrado mais ágil na realização de obras de revitalização de bairros e espaços públicos, algo que, em administrações anteriores, demorava mais tempo para ser concretizado. A melhora nas condições das vias públicas e a revitalização do Centro Histórico da cidade são citadas como avanços importantes.
Apesar da aprovação por parte de uma parcela significativa da população, a gestão de Abílio Brunini também tem gerado muitas críticas, especialmente entre os opositores políticos e setores mais progressistas. As principais críticas recaem sobre sua postura em relação ao Carnaval, que não recebeu apoio da prefeitura, gerando insatisfação entre aqueles que consideram a festividade uma tradição cultural importante.
A declaração do prefeito de que, durante o Carnaval, entregaria simbolicamente as chaves de Cuiabá ao “Rei dos Reis” (Jesus Cristo) gerou polêmica e acirrou a divisão entre os que apoiam e os que discordam de sua postura religiosa na política pública. A escolha de não apoiar o evento e a forma como isso foi comunicado foram vistas por muitos como uma forma de imposição de sua visão religiosa sobre a cidade.
Além disso, Abílio tem sido criticado pela lentidão em algumas áreas essenciais, como o transporte público e o sistema de saúde, que ainda enfrentam sérias dificuldades, apesar dos anúncios de melhorias. A paralisia das obras do BRT, por exemplo, é uma das maiores críticas à gestão, com a população aguardando uma solução definitiva para o transporte público da capital.
Outro ponto controverso foi a condução de algumas políticas públicas, que em muitos momentos foram tratadas com um viés mais punitivo e com uma falta de diálogo com a sociedade civil organizada. A oposição tem apontado que Abílio tem tomado decisões sem consultar a população e sem abrir espaço para discussões mais amplas, o que gerou um certo distanciamento com parte da sociedade.
Com mais de dois meses de gestão, Abílio Brunini ainda tem desafios pela frente. As críticas e os elogios coexistem, refletindo a complexidade de governar uma cidade como Cuiabá, que possui uma população diversa e expectativas distintas.
A gestão de Abílio Brunini, portanto, segue dividindo a opinião pública. Para alguns, ele é o líder que Cuiabá precisava para dar um novo rumo à cidade. Para outros, sua administração ainda carece de mais diálogo, transparência e soluções eficazes para as questões mais urgentes da população. O tempo dirá se o prefeito conseguirá reverter as críticas e solidificar seu legado como gestor ou se suas controvérsias acabarão afetando sua popularidade nas próximas eleições.
